Escrito por: Eduardo Ramos / @eduardo.ramos
É inegável que muitos homens e mulheres têm sofrido com inúmeras doenças, que diminuem consideravelmente sua qualidade de vida, ou até mesmo, podem levar à morte.
Atualmente, a doença mais comentada é a COVID-19. E não é para menos.
A doença citada acima é responsável por milhões de mortos e tem mudado a vida e a rotina das pessoas ao redor do mundo.
Porém, peço licença para falar, no presente artigo, sobre uma doença que, há anos, vem sendo estudada e, até o momento, não há uma cura. Existem apenas tratamentos paliativos.
Estou falando da Esclerose Múltipla.
O que é Esclerose Múltipla.
Trata-se de uma Doença Degenerativa que tem como uma de suas principais características o ataque à camada que protege os neurônios, a chamada Mielina.
Com isso, o cérebro começa a ter problemas para enviar comando ao restante do corpo.
Esse processo é chamado de Desmielinizarão.
A doença costuma atingir pessoas entre 20 (vinte) e 40 (quarenta) anos de idade, principalmente as mulheres. Ainda não se sabe a causa de tal enfermidade, tampouco, existe uma cura.
Quais os Sintomas da Esclerose Múltipla?
A Esclerose Múltipla tem a característica de fazer com que as células de defesa do corpo ataquem o Sistema Nervoso Central. Em razão disso, causam lesões na medula e no cérebro.
Em relação aos sintomas, tudo vai depender do estágio da doença, podendo, inclusive, deixar a pessoa incapacitada.
Os principais sintomas são os seguintes:
- Fadiga;
- Dificuldade em andar;
- Dificuldade de equilíbrio e de coordenação motora;
- Problemas de visão, como visão dupla, visão borrada e embasamento;
- Incontinência ou retenção urinária;
- Dormência ou formigamento em diferentes partes do corpo;
- Rigidez muscular e espasmos;
- Problemas de memória, de atenção e para assimilar informações.
É importante ressaltar que a ocorrência de tais sintomas, por si só, não são suficientes para determinar se alguém está acometido pela enfermidade.
É muito importante que o sujeito passe por uma avaliação médica criteriosa para que, somente assim, seja possível fazer um diagnóstico e recomendar um tratamento adequado.
Como a hipnoterapia pode ajudar
Antes de prosseguir, peço licença mais uma vez para falar a respeito da Hipnose.
Para quem é leigo no assunto, hipnose nada mais é que um estado completamente natural da mente humana. Em outras palavras, ela simplesmente acontece e está muito presente e nosso dia-a-dia.
Pode-se dizer que estamos em hipnose quando estamos dirigindo um carro e, ao mesmo tempo, pensando em outras coisas. Outro exemplo bem comum são as novelas, filmes e séries.
Você já se emocionou ou se envolveu com a história de um filme, mesmo sabendo que era ficção? Já esteve em uma conversa tão boa com alguém que, simplesmente, você perdeu a noção do tempo?
Todos os exemplos citados acima são casos típicos de transe hipnóticos.
Portanto, a Hipnoterapia, em linhas simples, é o uso desse estado natural da mente humana para fins terapêuticos. Ela pode ser usada para o tratamento de muitas questões emocionais como depressão, ansiedade, fobias, vícios, entre outros.
Mas também existem casos de doenças físicas que regrediram após o tratamento com a Hipnoterapia. Então, neste momento, podemos responder a pergunta feita acima.
De que modo a Hipnoterapia pode ajudar no tratamento da Esclerose Múltipla?
Lembre-se de que doenças degenerativas, como a Esclerose Múltipla, não têm cura. Então a Hipnoterapia surge como tratamento COMPLEMENTAR ao tratamento médico.
A Hipnoterapia não irá curar o doente, mas tem o objetivo de lhe proporcionar uma melhor qualidade de vida, trabalhando as emoções da pessoa para que ela consiga lidar melhor com a doença em si.
JAMAIS a Hipnoterapia tem a capacidade de substituir o tratamento médico adequado, porém, se ela for utilizada em conjunto com os demais tratamentos, pode-se chegar a resultados bem interessantes.
O caso que tive o prazer de atender
Era setembro do ano de 2019.
Eu tinha acabado de me formar como Hipnoterapeuta pela OMNI Hypnosis Training Center e fui procurado por uma mulher que tinha sido diagnosticada com Esclerose Múltipla em 2016, mas o objetivo da sessão de Hipnoterapia não era esse.
Ela estava tendo problemas de relacionamento com o pai e desejava se libertar das mágoas que sentia desde pequena. Segundo a cliente, o pai dela era um homem extremamente difícil e que os comentários que ele fazia a afetavam negativamente.
Fiz questão de explicar a ela que não seria possível mudar o comportamento do pai dela (até porque não era ele que estaria passando pela terapia), mas que era possível trabalhar como ela se sentiria e reagiria ao estar na presença dele.
Ela entendeu e concordou com tudo que expliquei a ela e, assim, partimos para a sessão.
Ocorreu tudo bem durante a terapia, muitos eventos do passado dela apareceram e todos foram devidamente ressignificados (não irei revela-los em respeito à cliente).
Ainda entendo importante reiterar que a Esclerose Múltipla NÃO FOI OBJETO DA HIPNOTERAPIA, sendo tratada somente a questão acima mencionada.
O Efeito “Teia de Aranha”
Aproximadamente dois meses após a primeira sessão, tivemos uma sessão de retorno. Foi quando ela me disse algo que foi uma surpresa até para mim.
Mas antes, quero explicar o que seria o que gosto de chamar de Efeito “Teia de Aranha”.
Às vezes, ao puxar uma única ponta de uma teia de aranha, acabamos por puxá-la por inteiro, mesmo que isso não seja intencional.
Isso é perfeitamente possível de acontecer com a nossa mente. Ao tratarmos uma emoção em especial, podemos ter benefícios em áreas que não foram objeto do trabalho terapêutico.
E foi isso o que aconteceu com essa cliente!
Ela estava se sentindo muito melhor em relação a seu pai, estava conseguindo se relacionar melhor com ele.
Mas a grande surpresa (e me emociono até hoje ao escrever este artigo) é o relato dela dizendo que os sintomas da Esclerose Múltipla (que não foram trabalhados na sessão) regrediram consideravelmente!
Ela estava tendo mais facilidade para caminhar e sua perna direita não estava mais tendo tantas paralisações como antes.
A última vez que a vi pessoalmente foi antes do início da pandemia da COVID-19. E tive a grande felicidade de vê-la chegar ao meu encontro dirigindo por conta própria, sendo que, na primeira sessão, ela tinha sido levada ao local por seu companheiro.
Considerações Finais
De fato, mente e corpo são caixinhas de surpresa. Definitivamente, não há como saber como cada corpo e cada mente irão reagir a determinado estímulo.
Cada pessoa é única, diferente de todas as outras. Todos têm algo que é exclusivamente seu, de mais ninguém.
Muitas das maiores descobertas do mundo ocorrem ao caso, ou seja, totalmente “sem querer”.
E este é o relato que tenho a compartilhar. O dia em que, “sem querer”, acabei participando da melhora na qualidade de uma pessoa acometida por uma doença considerada incurável.
É importante salientar que ela não está curada. Já me perguntaram se eu era responsável pela melhora dela. Claro que não! Fui apenas aquele que teve a honra de ser escolhido por ela para trabalhar uma questão pontual.
O que fez esse resultado incrível acontecer? Não há como dizer. Mas acredito que o mais importante foi a grande vontade e dela de melhorar. Eu sempre vi nela uma certeza e uma confiança muito grande na possibilidade de melhora.
Para mim, isso foi determinante.
Espero que tenha aproveitado a leitura deste artigo.
Grande Abraço!
Eduardo dos Santos Ramos
@eduardos.ramos