Escrito por: Ricardo Hagel / @ricardohageloficial
“Você é único… e continuamente cria e modifica sua própria realidade” – uma frase simples para explicar a singularidade na forma de viver, de ser e de reagir no meio da realidade subjetiva que vivemos, é o que nos define como indivíduo, pessoa. E é aqui que as técnicas da hipnose agem!
Esta ideia é de fácil compreensão dos hipnólogos e uma importante mensagem ensinada à pessoa que busca através das técnicas da hipnose uma solução para os diferentes problemas existenciais e a confusão de modelos que lhe são apresentados.
É uma tentativa da psicologia para criar modelos que expliquem o funcionamento da psique, dotada de uma complexidade ímpar, através das abordagens e teorias construídas.
Alguns colegas citam que apesar de tal complexidade, aprendemos que no mundo a solução para problemas complexos sempre será a mais simples possível. Se não for simples, não é a melhor solução, dizem eles.
O maior conflito é que tais modelos da psicologia nem sempre geram a mudança da qualidade de vida pois tal feito só acontece quando a pessoa entra em contato consigo mesmo e amplia sua forma de ver a si, de redefinir conceitos e modificar a forma de se relacionar com outras pessoas.
E como fazer isso? É o que vamos explicar agora!
Os caminhos
Há vários caminhos possíveis, mas podem ser de difícil compreensão por quem ainda está trilhando a jornada do autoconhecimento e não consegue perceber as novas opções e os recursos internos importantíssimos que promovem a mudança genuína. Quando precisamos de tal percepção, precisamos observar atentamente o nosso interior, nossos pensamentos, sentimentos, sensações, emoções, estar intimamente ligados com quem somos.
Quando trazemos esse contexto à luz da hipnose, importante destaque ao conceito do monoideísmo, ou “uma só ideia”, onde a pessoa passa a ter um foco direcionado para que possa ter contato com estas novas percepções e recursos, sejam eles através das sensações, dos conceitos ou mesmo das metáforas que acompanham a nossa tentativa de explicar o mundo (na verdade o mundo que percebemos, esse que existe na realidade individual do ser…).
Como forma alternativa para alívio de um sofrimento, a pessoa busca conhecer a hipnose para ampliar seu autoconhecimento; e quando depende de um hipnotista que o guia neste processo, é um auxílio importante para compreender o tempo que passam analisando situações, os desejos e fazendo conjecturas de como podem modificar sua própria realidade.
Quando o indivíduo concentra atenção para dentro de si, constata que muitas soluções dependem unicamente dele mesmo, verificando que o mundo exterior é em parte consequência do seu mundo interior, e vice-versa. Os pensamentos tornam-se ações, ações viram hábitos que traçam o destino, alimentados pelo estado físico e mental do ser.
Os psicólogos e a hipnose
Apesar de ainda ser desconhecida por algumas pessoas do meio clínico e gerar dúvidas quanto ao procedimento, a hipnose começou a ser aplicada por diversos profissionais da psicologia.
E foi por isso que, assim como lá no início da relação entre as técnicas da hipnose e a psicologia, muitas dúvidas e receios têm sido esclarecidos com o passar dos anos. Foi justamente por isso que os profissionais da área começaram a olhar de forma diferente para as técnicas da hipnose, já que notaram as vantagens de ter acesso a uma ferramenta tão eficiente no tratamento de seus pacientes.
Profissionais que lidam com a técnica diariamente percebem uma melhora na eficácia terapêutica e seus clientes comprovam muitos benefícios das técnicas de hipnose durante o tratamento.
Para os psicólogos que estão familiarizados com as técnicas de hipnose, dominam a indução hipnótica e possuem habilidade de modelar técnicas ao contexto do cliente, haverá um maior engajamento e auxílio do próprio paciente para encontrar saídas para seus traumas e problemas de saúde.
É por isso que o treinamento em hipnoterapia se faz necessário: o psicólogo pode agregar esse conhecimento que o ajudará a ressignificar memórias e traumas vividos na infância ou na adolescência, por exemplo.
Porém, é necessário que ele esteja devidamente habilitado para tal, já que para aplicar a hipnoterapia em seus pacientes, é imprescindível compreender como tais técnicas de hipnose funcionam. Agora, pense em como você irá começar essa mudança de mindset…
E como a psicologia pode se beneficiar das técnicas da hipnose?
As próprias definições do que são técnicas da hipnose são um tanto complexas, poderíamos falar de teorias de estado, teorias de não-estado, e um tanto de outros conceitos e o que surgiu nas escolas como a de Nancy e a de Salpêtrière, mas gosto do conceito atual de que hipnose é comunicação. Uma comunicação mais aprimorada com este mundo interior existente em cada um de nós.
Quando falamos do uso das técnicas da hipnose na psicoterapia, precisamos compreender que sempre haverá uma abordagem da psicologia dentro das técnicas que compõem a hipnoterapia. E o psicoterapeuta, psicólogo, ou qualquer outro profissional de saúde comprometido com o bem-estar, pode-se valer de algumas técnicas da hipnose para engajar e eliciar esta comunicação mais aprimorada em seu cliente.
Seja através de uma abordagem para que o próprio cliente se torne seu terapeuta, ensinando-o a entender como se formam aqueles pensamentos negativos, seja através do cliente obtendo consciência de padrões de pensamentos e comportamentos inconscientes estabelecidos em algum momento pregresso, ou da obtenção de novos condicionamentos, repetições e estímulos adequados, ou quem sabe através da humanização do indivíduo para extrapolar seus poderes criativos por meio de um ambiente propício para desenvolver seu máximo potencial.
Independentemente da abordagem, da tratativa diferenciada das questões psíquicas, em todo instante do processo terapêutico haverá a comunicação. A comunicação entre indivíduo e terapeuta, e em algum momento a pessoa estabelece uma maior compreensão da comunicação interna entre consciente e inconsciente.
E por que não tornar essa comunicação mais aprimorada?
Atualmente há um esforço pelo reconhecimento dessa comunicação aprimorada, com benefícios ao processo terapêutico através da expulsão dos mitos e estigmas de submissão à autoridade do hipnotista e do sujeito alheio ao processo terapêutico, um verdadeiro convite ao autoconhecimento e à mudança – pretensão principal da terapia.
Se antes havia falta de um setting clínico em meio a um conjunto de discussões sobre técnicas da hipnose, há uma retomada de termos clínicos e uma preocupação explícita quanto às possibilidades de explicações científicas na abordagem dos fenômenos e a relação com a mudança em si.
Se outrora os psicólogos eram mais contundentes em suas reflexões e críticas, muito se devia a tais estigmas oriundos da história do desenvolvimento das técnicas da hipnose, mas agora estes percebem que a prática de tais técnicas permite conceber formas aprimoradas de lidar com a mente para transformá-la sem prender-se a uma restrição ou exigência científica – afinal hipnose é comunicação.
A reflexão que deixo ao leitor é: onde estão os limites desta comunicação aprimorada, visto que a psicologia clínica não pode mais ser vista como um conhecimento sem autoconhecimento.
A nossa mente
A mente humana é complexa e vem sendo alvo de estudos há séculos. Isso porque ela envolve quem nós realmente somos, é nela que se abrigam os sentimentos e emoções, dos mais sutis aos mais poderosos.
Nossa mente é tão poderosa que pode desenvolver medos surreais, bem como a sensação de tranquilidade e paz na mesma proporção.
Em resumo, a mente é o estado de consciência ou subconsciência que possibilita a expressão da nossa natureza como humanos. Não é algo palpável e tangível, e pode ser exemplificada metaforicamente como se fosse a programação de um computador.
Além disso, de acordo com o modelo proposto por um dos maiores nomes da Hipnoterapia, Dave Elman, o funcionamento da mente humana pode ser explicada a partir da sua divisão em três partes, as quais são responsáveis por funções distintas e que, em perfeita harmonia, formam a singularidade de cada um de nós – você é único, lembra?
Espero que tenha gostado do artigo. Até a próxima!
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Ricardo Hagel
Hipnoterapeuta
@ricardohageloficial