Síndrome de Tourette: como a hipnose pode ajudar

Síndrome de Tourette: como a hipnose pode ajudar

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Para quem nunca ouviu falar, a Síndrome de Tourette é uma doença que pode surpreender, assustar, causar comoção e até mesmo risos. A grande questão, é que por falta de conhecimento muitas pessoas não sabem como fazer o tratamento da forma correta. Para entender melhor o que é a Síndrome de Tourette e como a hipnose pode auxiliar no tratamento, continue lendo este artigo e aproveite ao máximo.

Ultimamente, a saúde mental ganhou holofotes globais principalmente por conta do isolamento social do home Office e das restrições de lazer causados pela pandemia da COVID-19.

Segundo os dados da Organização Mundial da Saúde, o Brasil está na primeira posição em prevalência de ansiedade, com mais de 18 milhões de pessoas sofrendo do problema. Isso é o mesmo que dizer que 9,3% da população brasileira está ansiosa. Levando em consideração os dados mundiais, os números para o Brasil são alarmantes e tudo indica que em 2021 esses índices tenham um aumento significativo.

Um estudo realizado pela Associação Brasileira de Psiquiatria, um aumento de 25% nos atendimentos psiquiátricos e de 82,9% no agravamento dos sintomas dos pacientes após o início da pandemia. Isso indica que a maioria das pessoas em isolamento social estão com dificuldades em lidar com sua saúde mental da forma correta.

Síndrome de Tourette

Em paralelo ao crescimento dos casos de transtornos psiquiátricos é perceptível o grande preconceito com quem sofre algum tipo de doença mental ou transtorno. Nestes casos a hostilidade e a intolerância são resultados da generalização acelerada do senso comum, ou do que parece ser comum.

É justamente contra este preconceito em apontar aqueles que possuem qualquer transtorno mental que precisamos falar sobre a Síndrome de Tourette.

Vem descobrir!

A Síndrome de Tourette

De acordo com o portal do doutor Drauzio Varella, a Síndrome de Tourette é um distúrbio neuropsiquiátrico caracterizado por tiques múltiplos, motores ou vocais, que podem persistir ao longo da vida e geralmente acontecem na infância. na maior parte das vezes tiques são de tipos diferentes e podem variar no decorrer de dias, semanas meses e até meses.

O estigma preconceituoso cultuado pela sociedade, pode levar a consequências muito negativas para aqueles que convivem com a Síndrome de Tourette. O estereótipo injusto afeta a forma como os pacientes interagem com os serviços de saúde e com a sociedade de um modo geral, principalmente porque a doença pode ser mal interpretada devido a peculiaridade de seus tiques vocais e físicos.

No Tourette uma pessoa pode estar 100% concentrada em uma atividade e mesmo assim apresentar os tiques peculiares que a doença acarreta.

A falta de Informação

Em 2019, a cantora Billie Eilish ficou conhecida por expor para seus fãs que possui a Síndrome de Tourette. desde então a maioria das pessoas que antes vivia escondida por vergonha de aceitar a doença, hoje conseguem falar abertamente sobre essa questão e ensina outras pessoas sobre o que de fato é esta Síndrome.

Embora a Síndrome tenha se destacado a partir de 2019, o registro data de 1484 pelos escritores Jakob Sprenger e Heinrich Kraemer, no livro “Malleus maleficarum” (O martelo da bruxa), que consideravam esse comportamento demoníaco.

Em 1825 o médico Jean Marc diagnosticou a Marquesa de Dampierre com tiques corporais persistentes, motores e verbais. Na época, aristocrata francesa ficou muito conhecida por proferir palavras obscenas de forma livre em meio às conversações da época.

Já no século XIX o médico francês Jean Itard confiou ao neurologista Georges Gilles de La Tourette, os estudos de alguns pacientes do hospital em que atuava, o objetivo era definir uma doença específica e diferente da histeria que já era conhecida.

Alguns anos depois, em 1885, Giles de La Tourette, nomeou essas características citadas por Jean como Síndrome de La Turette. Só a partir de 1920 as pesquisas começaram a apontar uma origem orgânica para a Síndrome.

Hoje, a doença ainda é pouco conhecida, justamente por ser difícil de identificar no meio clínico. É preciso que os tiques sejam consistentes, frequentes e periódicos e que ocorram desde a infância.

Mas isso não impede que os pais e mães de crianças e adolescentes que convivem com a Síndrome de Tourette sintam receio e medo por seus filhos justamente pela imprevisibilidade da doença e pelo preconceito que os diversos tiques físicos e verbais podem causar em meio a sociedade.

Os principais tiques

Os tiques da Síndrome de Tourette variam muito em termos de gravidade; eles ocorrem em cerca de 20% das crianças muitas das quais não são avaliadas corretamente por um médico pediatra ou psicólogo. A Síndrome de Tourette, o tipo mais grave ocorre em cada 3 a 8 crianças em 1000 nascidos.

Os tiques começam, normalmente, antes dos 18 anos deidade; a gravidade dos tiques pode aumentar e alcançar o pico por volta dos 10 ou 12 anos, podendo diminuir ao longo da adolescência. Com o tempo, a maioria dos tiques reduz espontaneamente e alguns chegam até a desaparecer. No entanto, em cerca de 1% das crianças, os tiques persistem até a vida adulta.

É possível que crianças com algumas comorbidades pré-existentes possam, também, serem diagnosticadas com a Síndrome de Tourette, como por exemplo:

  • Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH);
  • Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC);
  • Transtorno de ansiedade de separação;
  • Transtornos de aprendizagem.

Alguns desses transtornos interferem mais no desenvolvimento e bem-estar das crianças do que outros. É o caso do TDAH, uma comorbidade bastante comum entre crianças brasileiras, e que apresentam certa dificuldade em prestar atenção além de uma pré-disposição para a hiperatividade no dia a dia.

Alguns desses transtornos citados acima podem ter relação com um trauma vivido na infância, o que pode acarretar algumas questões psicológicas no dia a Dia das Crianças e adolescentes.

Por isso, é necessário ter muito cuidado com o que se diz e faz diante de seus filhos sobrinhos e outras crianças que você convive, pois uma simples frase ou até mesmo uma afirmação boba em forma de piada, pode ser considerada uma verdade absoluta para essas crianças, que ainda estão em desenvolvimento do seu fator crítico.

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Classificação dos tiques

Os transtornos de tiques são divididos em 3 categorias pelo Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders:

  • Transtorno de tique provisional: tiques únicos ou múltiplos que podem ser motores e ou vocais que ficam presentes por menos de 1 ano.
  • Transtorno de tique persistente: tiques únicos ou múltiplos motores ou vocais que ficam presentes por mais de 1 ano
  • Síndrome de Tourette: os tiques motores e vocais ficam presentes por mais de 1 ano e podem ser em diferentes níveis de gravidade.

Essas categorias normalmente formam um funil no qual os pacientes começam com um transtorno temporário que pode evoluir para um tique persistente e desencadear uma Síndrome de Tourette.

Os pacientes tendem a manifestar o mesmo conjunto de tiques em um período, embora os tiques possam variar em tempos e tipos a intensidade e a frequência ao longo deste período de tempo tem relação direta com o tipo de transtorno identificado naquele momento.

Em alguns casos os tiques podem ser tão intensos que chegam a se tornarem prejudiciais e até mesmo perigosos para a saúde física das pessoas portadoras da Síndrome de Tourette e daqueles que estão próximos a eles.

O caso do vídeo abaixo é o de Bianca, uma jovem americana que possuía um grau muito severo da Síndrome de Tourette, a solução para amenizar a violência dos tiques motores foi a cirurgia.

Existem os tiques simples, que são movimentos ou a vocalização muito breve, e normalmente tem significado social. E também existem os tiques complexos dentro da Síndrome de Tourette, eles duram mais tempo e podem envolver uma combinação diferente de tiques simples.

Os tiques complexos podem ter um significado social, ou seja, virem acompanhados de gestos ou palavras reconhecíveis, que muitas vezes podem ser ofensivos e até mesmo racistas e xenofóbicos, dessa forma podem parecer intencionais.

No entanto, embora alguns pacientes consigam controlar voluntariamente seus tiques por um curto período de tempo, alguns não conseguem suprimir este impulso o que faz com que os tiques seja involuntários, como:

Tiques motores:

  • Fazer caretas;
  • Piscar os olhos;
  • Chutar;
  • Tocar no nariz;
  • Encolher os ombros;
  • Inclinar a cabeça;
  • Fazer gestos obscenos;
  • Sacudir o pescoço;
  • Bater no peito;
  • Movimentar os dedos das mãos.

Tiques vocais:

  • Xingamentos e ofensas;
  • Gritos;
  • Gemidos;
  • Cuspir;
  • Soluçar;
  • Cacarejar;
  • Limpar a garganta;
  • Usar diferentes tons de voz;
  • Repetir palavras ou frases.

Estes sintomas surgem repetidamente e não são fáceis de controlar, principalmente quando A intensidade dos tiques é alta, isso pode evoluir para tiques de diferentes tipos ao longo dos anos. A maioria desses tiques pode se tornar muito pior diante de situações de estresse, cansaço, ansiedade e até mesmo excitação.

Na maioria das vezes os tiques surgem subitamente, aparecendo e tornando-se cada vez mais constantes no dia a dia. Como você pode perceber no vídeo anterior, é possível que algumas dessas manifestações físicas e até mesmo verbais sejam tão agressivas que o dia a dia dessas pessoas em sociedade se torne um verdadeiro inferno.

A vida social

Imagine o dia a dia de uma pessoa que convive com a Síndrome de Tourette.

Os diversos tiques sejam motores ou verbais, fazem com que essa pessoa tenha sérias dificuldades de relacionamento com pessoas desconhecidas. Lembra que nós falamos sobre o preconceito com as pessoas que possuem qualquer tipo de transtorno mental? Pois bem, é exatamente isso que uma pessoa com Síndrome de Tourette precisa lidar.

A falta de empatia das pessoas e a falta de informação fazem com que o preconceito com as peculiaridades dos tiques sejam motivo de vergonha. Com isso, a maioria dos pacientes com o diagnóstico de Tourette costumam se isolar do meio social por sentirem na pele como é tratada uma pessoa com alguma comorbidade mental.

A informação deve ser a maior aliada das pessoas que possuem a Síndrome de Tourette, porque isso garante que esses tiques possam ser vistos como parte daquele individuo, e não como uma forma de chamar a atenção.

E como tratar?

A Síndrome de Tourette não tem cura, no entanto, ela pode ser controlada com o tratamento adequado. Esse tratamento deve ser orientado por um neurologista e psiquiatra e, normalmente, só é iniciado quando os sintomas da doença afetam as atividades diárias ou colocam em perigo a vida e o bem-estar dessa pessoa. Nesses casos, o tratamento pode ser feito com auxílio de diferentes frentes, como fármacos e até mesmo terapias constantes.

É possível usar antidepressivos, antiepiléticos, medicamentos para ansiedade e até mesmo terapias com profissionais especializados.

Embora existam diversos medicamentos que podem ser indicados para o tratamento da Síndrome de Tourette, nem todos os casos da doença precisam ser tratados com algum fármaco. O ideal é que o paciente faça uma consulta com um psicólogo ou psiquiatra para determinar se há ou não a necessidade da utilização destes medicamentos.

Quando não, indicado que o paciente faça acompanhamento com profissionais psicólogos, psicoterapeutas ou hipnoterapeutas, que também são profissionais especializados no auxílio do controle desse tipo de transtorno.

Mas, como assim hipnoterapeutas? Eu seria hipnotizado para fazer o meu tratamento?

A resposta é sim!

Hipnose para tratar o Tourette

Para que você entenda, não cabe ao profissional hipnoterapeuta diagnosticar a Síndrome de Tourette. O que ele vai fazer é ajudá-lo a encontrar uma forma de controlar o seu corpo por meio da sua mente. O papel do hipnoterapeuta, ou melhor, da hipnose clínica passa pela diminuição e controle dos tiques.

E como isso acontece?

Tudo parte da sua mente. É preciso que você entenda e controle a sua mente para que assim, ela possa dominar e controlar 100% do seu corpo. A hipnose, hipnose clínica e até mesmo a auto-hipnose trabalham diretamente neste ponto.

Isso explica por que diversos pacientes que apresentam a Síndrome de Tourette e iniciam o acompanhamento com um hipnoterapeuta, apresentam melhores resultados no controle de seus tiques do que aqueles que não se submetem à uma terapia com hipnose.

Muitas vezes, que chegam ao consultório de um hipnoterapeuta sofrem não apenas da Síndrome de Tourette, mas também de outras como habilidades e doenças psicossomáticas, como depressão, ansiedade, Síndrome do pânico, transtorno obsessivo compulsivo e diversos outros. Esses transtornos tendem a maximizar os tiques nas pessoas que possuem a Síndrome de Tourette.

Então, é preciso tratar a causa principal de todas essas doenças para que o processo de controle do corpo seja mais fácil e eficiente.

Tratando doenças psicossomáticas

A hipnose vai tratar de identificar as raízes que desencadearam uma crise de ansiedade, uma histórico depressivo e até mesmo os momentos de Síndrome do pânico, afinal cada uma dessas doenças teve uma causa que está relacionada a uma emoção mal interpretada pela mente.

Uma vez que as doenças psicossomáticas são reconhecidas pelo paciente e tratadas a partir de técnicas hipnóticas, é possível garantir que essas doenças psicossomáticas não interfiram mais no controle corporal de uma pessoa. Com isso, aqueles que sofrem da Síndrome de Tourette, obtém resultados mais eficientes quando acompanhados também, por um hipnoterapeuta.

Então sim, a hipnose é uma ferramenta muito eficiente para auxiliar no controle da Síndrome de Tourette.

Ficou curioso para saber um pouco mais sobre o que é a hipnose? Dá uma olhada no vídeo abaixo e confira um pouco mais sobre o que é verdade e o que é mito dentro da hipnose.

E, se você conhece alguém que apresenta sintomas como os citados acima, compartilhe este artigo com a pessoa (ou com os pais dela) para que possam buscar um médico e identificar o diagnóstico.

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